domingo, 13 de dezembro de 2009

Os 10 da década

Não chega a ser muito original, mas resolvi aderir às listinhas de "mais" da década que já andam pipocando por aí. É uma lista bem pessoal e nada influenciada pela opinião de críticos e afins. Só pra começar, vocês não ver os superestimados "Sangue Negro" e "Onde os fracos não têm vez", figurinhas fáceis em 10 entre 10 listas na minha listinha. Por quê? Porque são apenas bons filmes que não me causaram nenhum impacto em particular, ou pelo menos nada do tipo "Eu vi a luz!" quando os assisti.

Sendo assim, e sem mais delongas, vamos à ela...

1- DESEJO E REPARAÇÃO (ATONEMENT)

O que dizer sobre Atonement? Talvez seja difícil explicar o impacto que este filme me causou, e que tem origens em toda minha fascinação pelo cinema como meio de expressão artística, e minha paixão por histórias. Ainda vou fazer um post mais detalhado sobre o filme, mas basta dizer que Atonement me fez redescobrir a admiração pelos clássicos como os de Visconti, pelo ritual da sala escura, quando o cinema era significativo e fazia parte da vida das pessoas, despertava debates apaixonados, representava revoluções culturais e sociais.
Filme belo e cruel, para sempre inspirador.

2- CIDADE DOS SONHOS (MULHOLLAND DRIVE)

Cidade dos Sonhos vai ser sempre um dos filmes da minha vida, não apenas da década. Pela sua atmosfera onírica, pelos mistérios que não temos certeza se queremos ver desvendados, e por David Lynch, sem dúvida um dos mais criativos e autorais cineastas americanos. Com esse filme, ele conseguiu a proeza de transformar sonhos e pesadelos em celulóide.
"No hay banda!"

3- FONTE DA VIDA (THE FOUNTAIN)

Um dos filmes mais incompreendidos da década. Detestado por muitos críticos, visto como uma viagem de ácido hippie por outros, mas adorado por um público pequeno e entusiasmado, "The Fountain" funciona como uma bela alegoria sobre o sentido da vida - a morte - e também sobre as dicotomias sonho/realidade, ciência/arte, homem/mulher, luz/esuridão. Fascinante e transcendental.

4- AMNÉSIA (MEMENTO)

Para muitos, Christopher Nolan entrou para a hisória do cinema por causa dos dois Batman. Para mim, por causa de dois filmes excelentes: "The Prestige" e este, "Memento". Criativo ao contar a história em pedaços, de trás para fente, para nos mostrar o quanto nossa perspectiva (e nossas vidas) podem ser corrompidas e modificadas pelas perspectivas e vidas dos outros, "Memento" causou um impacto que até hoje não foi superado por imitadores menos talentosos.

5- CIDADE DE DEUS

Um bom filme muitas vezes define-se logo na primeiras cena, e este é certamente o caso com Cidade de Deus. A partir do momento em que vemos aquela galinha acuada, desesperada em sua fuga para sobreviver, vemos o filme se definindo e nos tomando, a história daquelas vidas ora comuns, ora alucinadas, no limite, que farão de tudo para encontrar um sentido no caos e na pobreza. Vibrante, indispensável, e um marco no cinema mundial.

6- CACHÉ

Um dos filmes mais fascinantes que já assisti na minha vida, Caché começa como uma trama de mistério que vai transformando-se em algo muito mais denso e assustador do que a premissa poderia sugerir. Como disse o fantástico diretor Michael Haneke, quem asiste Caché buscando a solução de um mistério não entendeu a proposta do filme.

7 - DANÇANDO NO ESCURO (DANCER IN THE DARK)

Lars Von Trier me encantou com seu primeiro filme mundialmente conhecido, "Europa". Mesmo sendo um cineasta de altos e baixos, não se pode negar sua busca por um cinema original e autoral, além de sua constante investigação sobre a sordidez humana. Em "Dancer in the Dark" Lars reinventou o musical com um dos filmes mais tristes da história do cinema. E transformou a cantora Björk, pela primeira e última vez na vida, em uma atriz.

8- OLDBOY

O cinema coreano surpreendeu na primeira década do século 21, assim como o chinês e o iraniano já haviam feito anteriormente. "The Host", "Sympathy for Mr. Vengeance", Sympathy for Lady Vengeance", entre muitos outros, tornaram-se marcos no cinema mundial. Mas nenhum outro causou o impacto de "Oldboy", certamente a mais bizarra e surpreendente trama de vingança já vista em celulóide.

9- A VIDA DOS OUTROS (DAS LEBEN DER ANDEREN)

Um filme construído com uma emoção contida, principalmente através da interpretação do ator Ulrich Mühe, uma das mais belas e sutis da década. Uma história de perseguição política que na verdade revela outras camadas - a sordidez, a beleza, a transcendência, tudo que nos torna humanos. Imperdível.

10 - IRREVERSÍVEL (IRRÉVERSIBLE)

"Irreversível" causou enorme polêmica quando foi lançado nos cinemas. Dizia-se que o diretor Gaspar Noé estava apenas explorando a violência gratuita com uma das cenas de estupro mais longas e terríveis já vistas em filme, um assassinato também gráfico e tenebroso logo no início da história, além do uso de sons e movimentos de câmera que provocam uma sensação de repulsa no espectador. Mas o filme é na verdade um sórdido conto moral, sobre como os homens são pequenos demais para mudar o prórprio destino - "O tempo destrói tudo".

Menções Honrosas: "Os Sonhadores", "O Labirinto do Fauno", "Pequena Miss Sunshine", "Kill Bill vols. 1 e 2", "Réquiem para um Sonho", "O Grande Truque", "O Último Rei da Escócia", "Donnie Darko", "A Professora de Piano", "X-Men 2", "Anticristo", "Angel", "Sin City".

sábado, 12 de dezembro de 2009

O começo...

Photobucket Acho que posso afirmar,
sem dúvida alguma,que o cinema foi a primeira arte a me inspirar. Porque antes de saber ler, eu já ia ao cinema. Não lembro se o primeiro filme que assisti foi algum desenho de Walt Disney ou o filme francês Pele de Asno. Mas lembro bem do momento assustador quando Branca de Neve ia morder a maçã (fechei meus olhos), a morte horrível da mãe do Bambi (lágrimas e mais lágrimas) e a beleza absurda de Catherine Deneuve em Pele de Asno, seus magníficos vestidos da cor do vento, da lua e do sol, pedidos ao Rei, seu pai, para tentar dissuadi-lo do desejo de casar-se com a própria filha (tema estranho para um filme infantil...que bom que eram os tempos antes do politicamente correto!). Quando assisti esses filmes eu devia ter quatro, cinco anos...e enquanto ansiava entender os livrinhos e revistinhas que minha avó comprava, me consolava com as histórias mágicas na telona.

Aqui pretendo falar sobre alguns dos filmes que me marcaram...e do próprio ritual de ir ao cinema. Dos momentos especiais em que fiquei chapada na cadeira enquanto rolavam os créditos. Dos clássicos e dos "guilty pleasures". Não vou falar dos filmes em uma ordem cronológica. Às vezes, me lembro de algo que assisti há anos atrás que gostaria de comentar, e logo depois posso falar de um filme que vi semana passada. E sem obrigações e nóias de ter que manter o blog atualizado.

No mais, aguardo seus comentários, críticas e sugestões...